TV PÚBLICA / WEBTV COLETIVA? ou “A webtv é um caminho para além de um ‘sistema de tv digital’?” O que queremos?
"A discussão foi grande e a divisão de opiniões no início do mês não foi menos intensa, mas a cada novo desdobramento do debate fica claro que ainda falta um bocado para chegarmos a um consenso sobre o que entendemos por TV Pública.
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Para começar, se a televisão é pública, significa que sua preocupação principal é com o público, ou seja, voltada para o interesse dos cidadãos e cidadãs deste país. Isto quer dizer, por exemplo, que uma tv pública deve priorizar a discussão, investigação e prestação de serviços sobre temas que fazem parte da agenda dos seus usuários.
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Acontece que esta agenda de preocupações não coincide integralmente com as prioridades do governo e das emissoras comerciais, (...). Estas instituições, normalmente, estão mais preocupadas em formar opinião do que em escutar opiniões.
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Nada contra o fato de o governo e as empresas terem seus interesses e sua agenda própria. O problema é que o público fica sem canais para expressar seus desejos e necessidades.
É justamente isto que começa a tornar-se a grande queixa da chamada sociedade civil e é aqui que se encontra o grande diferencial da uma TV de interesse social ou público.
Uma televisão publica deve obrigatoriamente ser independente, tanto em relação ao governo como em relação às empresas de comunicação social, porque só assim ela vai poder cumprir o seu papel.
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Quem vai fazer esta televisão voltada para o cidadão e, principalmente, quem vai financia-la?
São duas perguntas cruciais..."
Postado por Carlos Castilho em 25/5/2007 às 12:42:07 AM
webTV & TV Pública
Ao consolidarmos as pesquisas e práticas das transmissões ao vivo da rua para a internet (destinadas ao projeto aqui em questão desenvolvido), percebemos a propriedade real (além-teórica) de uma webTV. A partir de então iniciamos contatos propositivos a algumas instituições na cidade de São Paulo que nos apoiassem não somente no quesito financeiro mas - e principalmente - nos quesitos espaços, audiência-participativa-produtora e servidores públicos (há cerca de 2 anos com tecnologia open-source).
Quesito espaços: infra-estruturas já existentes nestas instituições (salas-estúdios, computadores etc)
Quesito produção-participação: público frequentador destas instituições (e novos públicos) que fariam parte de oficinas de produção de vídeo e áudio e elaboração coletiva de um canal (e/ou rede de) televisão na web; acarretando assim na aprendizagem de sistemas-tecnologias de transmissão de dados e streaming (on demand & live)
Quesito servidores públicos: empresas-grupos ligadas(os) ao governo federal e software livre que possuem esta infra-estrutura*.
Desta maneira, ao pensarmos na questão de uma web-tv entram em discussão "outros" temas como: tv pública, tv digital (e sua prometida interatividade), diferentes plataformas de acesso-visualização (interfaces PCxTVsala), ampliação de bandas (sinais)... temas estes que já vêm sendo colocados e discutidos nas palestras ministradas junto ao projeto MANIFESTE-SE, tanto online (a 5a palestra será em início do próximo mês) quanto as presenciais (CCJ, PUC e SENAC).
Esta breve introdução neste tópico em nosso blog visa apresentar a seguir um artigo lido há poucas horas, no Observatório de Imprensa, que trata exatamente da questão da tv pública e que remete parte da discussão à web-tv e à situação das bandas de acesso à internet, portanto às discussões pertinentes ao projeto então proposto (continua abaixo).
<< A webtv pode mudar rumos do debate sobre a TV pública >>
"O debate sobre a TV Pública no Brasil passou ao largo de uma questão estratégica.
(...)
A briga pela alocação de canais no espectro digital tem a ver com o uso de faixas de transmissão, mais ou menos como é agora, só que com uma qualidade de imagem e amplitude de freqüências, muito maiores. Mas esta briga pode tornar-se inócua se os usuários decidirem ver televisão através de uma webtv, que é um site da internet que transmite programas de televisão. Qualquer um pode montar uma webtv sem ter que disputar uma freqüência concedida pelo governo.
(...)
Quando o usuário desejar interatividade, muito provavelmente vai para o seu computador, onde ele adota uma postura diferente do sofá da sala.
(...)
Quando se leva em conta todos estes fatores percebe-se que a discussão sobre canais digitais na verdade pode tornar-se inócua porque a ampliação da malha de banda larga para uso por computadores pode resultar tão ou mais importante do que toda a complicada divisão de freqüências entre emissoras de TV, grupos de comunicação, organizações da sociedade civil e governos.
Se o mesmo sinal que serve para fluxo de dados também pode ser usado para transmitir imagens de vídeo, então é preferível ampliar a rede de banda larga porque ela é estrategicamente mais importante na medida em que é uma alavanca de crescimento econômico.
Uma internet rápida, democrática e barata é essencial para a indústria, comércio, agricultura, ensino, pesquisa e setor de serviços. Mais ainda quando se sabe que a tendência no universo da comunicação é a convergência de meios, na qual a televisão acabará se combinando com a comunicação textual, com o rádio e com os sistemas interativos.
Ao pensar na televisão pública, não se pode deixar de lado este contexto, porque são grandes as possibilidades de que muitos dos pontos que hoje dividem opiniões tornem-se obsoletos com o avanço das tecnologias e a redefinição dos comportamentos do público.
Enquanto brigamos por freqüências, as empresas de telecomunicações e os conglomerados de comunicações monopolizam a rede de banda larga da internet e freiam a democratização deste espaço que é muito mais estratégico para o desenvolvimento do país e de todos nós."
(Postado por Carlos Castilho em 14/5/2007 às 10:33:10 PM, fonte: Observatório de Imprensa)
continuação >> Atualmente a 1a etapa desta oficina é ministrada na Zona Norte-SP desde abril deste ano - como parte do projeto MANIFESTE-SE / atividades complementares -, com previsão de término em junho próximo e esperança de continuidade deste projeto-oficina de produção de uma webTV livre e independente junto a parceiros convidados (previamente contactados a partir de dezembro-janeiro deste ano). Estamos também ampliando o leque de parceiros-produtores contactando pessoas e profissionais de outros estados do Brasil que tenham relação com a questão de produção midiática-televisão (mass-media). Alguns possíveis parceiros (já contactados) >> Karine Batista, Lucas Bambozzi, Milena Szafir (com projetos de educação-multimídia e práticas em live-streaming), Gabriel-Media Sana, entre outros.
Caso vc se interesse ou conheça alguém que possa ser um parceiro, por favor entre em contato conosco: manifestese@manifesto21.com.br
*nos últimos anos sub-utilizada frente a possibilidades reais como a criação de uma webTV pública, gratuita e livre (on demand & live-streaming)
RECICLAGEM#02 >> CROCQUIS PARA O CARRINHO MOTORIZADO
crocquis para o carrinho motorizado:
devido aos custos e adjacências no que diz respeito à 'interação' - acessibilidade e participação de todos - nas ruas, ainda estamos em processo - work in progress - destas opções motorizadas.
Aceitamos sugestões, críticas são bem vindas: participe!, FAÇA PARTE DESTA HISTÓRIA!
MANIFESTE-SE [todo mundo artista] - ilha móvel audiovisual com transmissões ao vivo das ruas para a internet (2005/2007)
TÓPICOS DAS PALESTRAS e OFICINAS COMPLEMENTARES AO PROJETO “MANIFESTE-SE [todo mundo artista]“
para nós é super difícil de utilizarmos a mídia-escrita!... mas vamos lah:
Esta 1a ilha audiovisual móvel de transmissão ao vivo diretamente das ruas de são paulo para a web faz parte de nossas pesquisas e ações em desenvolvimento que visam discutir a tese "vigilancia+espetaculo=consumo" ("manifesto panóptico" - mmnehcft/2004).
Antes de qq fetiche tecnoestético, frente às questões que mais nos chegam de diferentes estudiosos, profissionais e estudantes sobre a "nossa" técnica de transmissão da rua para a web junto à infra-estrutura móvel, este projeto visa "to spread" (reverberar-espalhar-distribuir) manifestações públicas, dando voz ativa em rede global (www) àqueles que vivem e trabalham pelas ruas das cidades, no meio urbano e conectados >> reverberando ações, manifestações e compartilhamento de informações.
As palestras e as aulas teóricas-práticas que têm sido ministradas visam apresentar-abordar-compartilhar-discutir as seguintes questões relacionadas às pesquisas e ao desenvolvimento do projeto MANIFESTE-SE [todo mundo artista]:
1.apresentação-discussão do conceito-tese: "vigilância+espetáculo=consumo"
2. conceito e vivência de psicogeografia / cotidiano no meio urbano >> o reconhecimento da cidade (flanerie+comércio informal)
3. questões de espaços públicos (físico-real e virtual)
4. mídias informais/independentes
5. etapas do desenvolvimento técnico (low & high-tech)
7. taxas e custos de transmissão (upload) e recepção (download)
8. questões de captura, edição e manipulação de imagens ao vivo c/ softwares livres-open source
Um resumo do projeto - idealizado em 2005, a partir do feedback do público junto ao trabalho "Performances Panopticadas - performance-vjing-wireless" (2003-2006) e desenvolvido a partir de 2006 - pode ser aqui conferido.
Toda esta 'metodologia-didática' de como apresentar a tecnologia envolvida junto ao projeto MANIFESTE-SE [todo mundo artista] vem de encontro a uma discussão que atualmente é tbem encontrada na rede: "...La creciente clase virtual pretende obtener control a través de aparatos mediáticos que reducen la experiencia social a efectos protostéticos donde el cuerpo es un archivo pasivo, entretenido por la seducción que ofrecen las puertas a la virtualidad. La inteligencia humana es reducida a lidiar con la información que circula en las redes y por ende, como implica el control de la data sobre el cuerpo pasivo, la subjetividad queda aniquilida para así obtener “la fantasía totalitaria de poder telemático” que, como sugirió Walter Benjamin, puede convertirse en un fetichismo tecnológico convertido ahora en tecnofacismo." (sic. google eat/it) e continua: "quién nos impide descentralizarnos de la tecnoutopía en relación al desbalance económico y los aparatos de control implementados por la tecnología de la información?" (sic), ou seja: conectar o espaço público-físico-real ao público-virtual não nos é "meramente" uma questão de técnica de transmissão, não utilizamos uma estética do fetichismo tecnológico, mas de direito à comunicação e suas tangentes (questões conceituais e práticas)... ou seja, a relação social existe...
CONVIDAMOS A TODOS NOVAMENTE PARA UMA DISCUSSÃO ONLINE E COLETIVA: PARTICIPE!
(se vc sofre como nós para escrever uma única linha, clique aqui e MANIFESTE-SE!)
Manifeste-se Online versão 0.1
Esta é uma seção de manifestações online...
MANIFESTE-SE [todo mundo artista] é um projeto de intervenção urbana e tecnologia da comunicação que toma como referência as questões do comércio informal brasileiro e da comunicação em rede (blogs, videoblogs etc) e desta maneira transforma um carrinho de camelô em uma ilha audiovisual de manifestação pública, livre e independente, com transmissão ao vivo das ruas da cidade para a web: o direito à comunicação com total liberdade de expressão!
Este trabalho faz parte de nosso work in progress The Everydayness Manifesto, desenvolvido a partir de pesquisas sobre as flaneries do século XIX: “as ruas são a moradia coletiva. O coletivo é uma essência incansável e eternamente movediça; entre as fachadas dos edifícios, suporta (erlebt), experimenta (erfährt), aprende e sente tanto quanto indivíduos dentro da proteção de suas quatro paredes”, citando Walter Benjamin (1927-29), dos andares à deriva do século XX descritos pelos situacionistas (1956): “o caráter principalmente urbano da deriva, no contato com centros de possibilidades e de significações que são as grandes cidades” e de estudos que inter-relacionam a Sociedade da Vigilância à Sociedade do Espetáculo: “O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens” (Guy Debord, 1967)
“Os estudos dos efeitos passaram dos usos como funções para as funções dos usos, saltando portanto, da pergunta 'o que os mass media fazem com as pessoas?' para a pergunta 'o que as pessoas fazem com os mass media?' Assumindo que a audiência é tão ativa quanto os emissores das mensagens.” (Lúcia Santaella, 2001). A resposta neste atual momento em que vivemos é a World Wide Web como um local de reconhecimento videográfico (vide o YouTube nos últimos meses, um fenômeno do vídeo online responsável por mudanças comportamentais do ser urbano contemporâneo), dando voz a todos aqueles que possuem um mínimo de infra-estrutura para fazer parte deste “seleto” mundo da tecnologia digital: banda larga e equipamentos audiovisuais (diariamente 65 mil vídeos são postados e 100 milhões exibidos so mente no Youtube, o que representa 42,2% dos v ídeos assistidos na internet). Ou seja, em nossa contemporânea virada de século, temos não somente a televisão, mas também a internet (blogs, videoblogs e Youtube, dentre outros portais videográficos na rede) se tornando, como define Ivana Bentes, o "espaço público" de "mentes coletivas" por excelência em nossa sociedade, interligando indivíduos, cada qual a partir de sua auto-experiência cotidiana. (vídeo)
...MANIFESTE-SE [todo mundo artista]
(em breve estaremos disponibilizando aqui nosso blog audiovisual interativo)