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14jan/100

2em1 :: Sobre Detournement Again

Quarenta anos após Debord e outros artistas audiovisuais [seus contemporâneos] apostarem na apropriação – detournement – de materiais fílmicos para a criação de uma nova cultura, esta questão torna-se então mais forte; atualmente tal prática vem sendo ainda mantida sob o vocábulo de “roubo” – ou “pirataria” – numa simbologia de urgência necessária pelos jovens produtores/ realizadores da cultura digital.
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“Writing, in the traditional sense of words placed on paper, is the ultimate form of democratic creativity ... that everyone within a society has access to the means to write. We teach everyone to write – in theory, if not in practice...” Imaginemos, portanto, uma realidade sócio-cultural onde todos estejam aptos a produzirem seus discursos [retóricas] não somente escritos verbalmente mas também audiovisual e multimidiaticamente
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We understand quoting is an essential part of that writing. ... The freedom to quote, and to build upon, the words of others is taken for granted by everyone who writes ... is perfectly natural in a world where everyone can write. ... by clipping quotes from another authors ... of course, citation is required  [and] the cite is always sufficient payment”, ou seja, se dissertações e teses acadêmicas são escritas – apresentadas – em um contexto de citações [referências bibliográficas], este projeto parte da premissa de que há outras possíveis “formas democráticas de criatividade” [ou “formas de criatividades democráticas”] em nossos atuais tempos de Youtube...
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De acordo com Merleau-Ponty, “o filósofo e o cineasta compartem uma certa maneira de ser, uma certa visão de mundo própria de uma geração” e Stam conclui: “Antecipando Deleuze, Merleau-Ponty via cinema e filosofia como formas cognatas de trabalho intelectual ... [a] experiência cinematográfica como uma experiência mediada de ser-no-mundo”. Talvez a denominação 'cineasta' possa ser traduzida atualmente para 'realizador audiovisual' e 'cinematográfica' complementada por 'multimidiática', grifos meus [op.cit.]

Se os mecanismos cinematográficos – como linguagem – não eram amplamente disponíveis a todos, conforme afirmava Metz na década de 60: “Todos os falantes de inglês a partir de uma certa idade aprenderam a dominar o código do inglês – são capazes, portanto, de produzir orações – mas a capacidade de produzir enunciados fílmicos depende de ... formação e acesso.” Talvez o mesmo estivesse vislumbrando uma cultura digital em rede quando afirmava que “pode-se cogitar de uma sociedade futura na qual todos os cidadãos terão acesso ao código da produção cinematográfica”, onde possamos, novamente compreender o 'cinematográfica' como 'audiovisual' das atuais novas mídias.

trechos do meu Relatório de Qualificação, 2009 [Cinema, Rádio e Televisão @ ECA-USP]

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para patricia:
TAGs >> DEBORD | ENTRETENIMENTO

Tenho que achar os arquivos em video oriundos da ultima decupagem [2008], mas estes sao alguns dos frames utilizados no meu penultimo texto sobre Guy Debord e "A Sociedade do Espetáculo" [tbm de 2008]...

Estes frames -- retirados do filme --, tal qual o livro, partem de uma multi-divisão em temas complementares da "teoria de Debord". Acho que seria interessante vc ler o capítulo VIII: "A negação e o consumo na cultura"; e alguns trechos de "A mercadoria como espetáculo". Se precisar de algo mais, avise. Boa sorte.

[]s,
Milena


(arquivo .zip)