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26set/080

[REPOSTED] SAIU NO JORNAL :: A ORDEM DO DISCURSO part#01

PERGUNTA - Os telefones celulares são cada vez mais vistos como potenciais delatores. Ainda é possível limitar esse risco?

imagem do projeto "Quem conhece a árvore de mandioca?, e-tinerâncias ou CityMapping Performance", enviado ao PSM em 2007 por Milena Szafir...

- A partir do momento em que seu aparelho está ligado, sua operadora pode de fato colocar em andamento toda uma série de mecanismos de espionagem, atendendo ao pedido de algum "vigilante". Existem procedimentos diferentes que permitem localizar alguém com margem de erro de mais ou menos 50 metros, fazendo uma triangulação com as três antenas de telefonia celular mais próximas de seu telefone. Os telefones de nova geração, os "top de linha" atuais, contêm um chip GPS e serão localizáveis com muito mais facilidade e precisão. Para a escuta, não há apenas a possibilidade de interceptar um telefonema, algo que já se tornou muito simples. Uma operadora também tem a possibilidade de fazer um celular funcionar como microfone de ambiente. Juridicamente, a polícia pode, sob certas condições, pedir que a operadora transforme o telefone em microfone, ouvindo tudo o que é dito em volta da pessoa que carrega o aparelho. Em todos esses casos, porém, tanto para a localização como para a escuta, é preciso que o telefone esteja ligado. Portanto, se você quiser evitar ser permanentemente localizável, faça como fazem policiais ou criminosos: desligue seu celular quando não o estiver usando. [ver "POST PANOPTIC ERA"... 2007 txt+video]

como diria Foucault:

<< ...Por mais que o discurso seja aparentemente bem pouca coisa, as interdicoes que o atingem revelam logo, rapidamente, sua ligacao com o desejo e com o poder. ...
Existe em muita gente, penso eu, um desejo semelhante de nao ter de comecar, um desejo de se encontrar, logo de entrada, do outro lado do discurso, sem ter de considerar do exterior o que ele poderia ter de singular, de terrivel, talvez de malefico. A essa aspiracao tao comum, a instituicao responde de modo ironico; ...
O desejo diz: 'Eu nao queria ter de entrar nesta ordem arriscada do discurso; nao queria ter de me haver com o que tem de categorico e decisivo; gostaria que fosse aqo meu redor como uma transparencia calma, profunda, indefinidamente aberta, em que outros respondessem aa minha expectativa, e de onde as verdades ase elevassem, uma a uma; eu nao teria senao de me deixar levar, nela e por ela, como um destroco feliz'.
...
Penso na oposicao entre razao e loucura... o louco eh aquele cujo discurso nao pode circular como o dos outros: pode ocorrer que sua palavra seja considerada nula e nao seja acolhida, nao tendo verdade nem importancia, nao podendo testemunhar na justica, nao podendo autenticar um ato ou um contrato... Ou caia no nada - rejeitada tao logo proferida; ...
... eh sempre na manutencao da censura que a escuta se exerce ...
...
...poder de coercao... discurso verdadeiro ... como as praticas economicas, codificadas como preceitos ou receitas, eventualmente como moral, procuraram ... fundamentarse e justificarse, racionalizarse a partir de uma teoria das riquezas e da producao...
...
...tres grandes sistemas de exclusao ... a palavra proibida, a segregacao da loucura e a vontade de verdade... onde a verdade assume a tarefa de justificar a interdicao e definir a loucura; ...
>>

[loucura? ver tbem Flusser...]

PERGUNTA - ...Neste novo "jogo social", por que o sr. é tão crítico com as redes sociais e a prática dos blogs?
- Porque, para mim, o risco maior está aí, especialmente no que diz respeito aos adolescentes. Milhões deles mantêm blogs ou participam de fóruns em que deixam uma quantidade enorme de informações, sem dar-se conta das conseqüências. Já vimos diversos casos: jovens que, em seus blogs, fazem críticas massacrantes às empresas em que fizeram estágio e que, dois anos mais tarde, se surpreendem ao descobrir que os recrutadores lêem esse tipo de coisa. Fazer besteiras e querer se exibir é algo próprio da adolescência. O problema é que os adolescentes difundem suas besteiras em sistemas tecnológicos privados que vão guardar sua memória. Cerca de 90% das pessoas que se cadastram numa rede social não estão mais nela dois meses mais tarde. Fazem todo o processo de admissão, mas acabam se cansando. Deixam para trás uma quantidade enorme de informação pessoal. ... Fiquei pasmo. Assim, o Google [Orkut, Gmail, YouTube...] e o Yahoo! tornaram-se os maiores detentores de informações sobre nossos comportamentos e nossos hábitos de consumo. [ver "espetaculo+vigilancia=consumo" @ mm não é confete & "YOU-ser:" @ Peter Weibel + Joseph Beuys] ... O vigilante é por definição um paranóico. Conseqüentemente, existem muitos inimigos entre os que supostamente estão a seu lado. ... É isso que às vezes acho excessivo nos panfletos sobre a vigilância: sempre há um exagero, ... Os cidadãos também podem voltar certos meios contra seus criadores, vigiando os vigiadores. Um dos aspectos de nossa pesquisa que nos deixou otimistas é a efervescência criadora que está crescendo em torno desse assunto. Diversas formas de resistência, artísticas ou associativas, estão sendo criadas. Podem retardar ou impedir o pior, sensibilizando o grande público. [ver "Video Surveillance Piece - Public Room/ Private Room", Bruce Nauman @ 1969 & "Der Riese", Michael Klier @ 1983 & "Camera Players" @ 1996 & "Host", K. Lucas @ 1997 & "Surveillance-Wireless-Vjing-Performances Panopticadas", mm não é confete @ 2003 & "Life: a user's manual", Michelle Teran @ 2003 & "Sorria, você está sendo filmado", mm não é confete @ 2004/06 & "Spio", Lucas Bambozzi @ 2004/07 & "CityMapping-Performance", MSz @ 2006 & "Atitude Suspeita", Esqueleto Coletivo+EIAetc @ 2006 & "Bike C-Mapping", Milena Szafir @ 2007 & "Consumer Index", SWAMP @ 2007 & "Era Pós-Panóptica: Retóricas Líquidas em Redes Móveis - Obra de Arte ou Social Operating System?", Mariana Kadlec+Milena Szafir @ 2007/08 & "The Panoptic Society or Immortality in Love with Death", Peter Weibel @ 2007 & "O Ovo da Serpente 2.0", Giselle Beiguelman @ 2008 & "The Suspect Backpack", Somaya Langley @ 2008] ...

26set/080

SAIU NO JORNAL :: A ORDEM DO DISCURSO part#02

BIOMETRIA, CARTÕES DE COMPRAS, CÂMARAS DE VIGILÂNCIA E INTERNET MONITORAM INDIVÍDUOS E EXTINGUEM IDÉIA DE ANONIMATO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA (FSP,14/set/2008)

[mais infos a respeito baixe gratuitamente aqui o pdf @ 2007 ou aguarde nova publicacao online]

A vigilância hoje abrange quase todas as nossas interações com o mundo e todos os nossos sentidos

Desaparecer ainda é possível, mas é preciso saber o que isso representa em termos de esforço
...

Satélites de observação, câmeras de vigilância, passaportes biométricos, arquivos administrativos, policiais ou comerciais, chips movidos a freqüência de rádio, GPS, celulares, internet: o cidadão moderno vive no centro de uma rede de tecnologias cada vez mais aperfeiçoadas e cada vez mais indiscretas. Cada uma dessas ferramentas, criadas supostamente para nos oferecer segurança e conforto, nos classifica ou até mesmo nos observa. Ao mesmo tempo cúmplices e inconscientes, somos enredados em uma sociedade de vigilância. Será que ainda é possível escapar desses dispositivos múltiplos que nos cercam por todos os lados? ... [Sob Vigilância, ... 252 págs., ]. O livro traz uma visão geral dessas tecnologias, procurando diferenciar entre os temores irracionais e os riscos reais de desvios.

PERGUNTA - Quais são hoje os grandes domínios da vigilância tecnológica?

mais uma imagem do projeto "Quem conhece a árvore de mandioca?, e-tinerâncias ou CityMapping Performance" @ 2007...

["diferenciando pero no oponiendo al turista y al vagabundo. El turista es el que viaja sin problemas de visa, el que viaja por viajar y el que se vuelve cuando le da gana. El vagabundo en cambio es, en realidad, el emigrante, expulsado de su pais pq no hay trabajo, y que llega a un pais en el que tampoco le dan trabajo, o si se lo dan, es en unas condiciones de explotacion brutales, ...

los gran movimientos que las ciencias sociales necesitan pensar hoy son tambien dos movimientos muy diferentes pero complementarios: las migraciones poblacionales y los flujos de imagenes e informacion [dados] ... en ultimas un mundo sin vagabundos es la utopia de los turistas, ...

[hay] la necessidad de pensar la relacion entre migraciones y flujos mediaticos ...", Bauman y Martin-Barbero]

- Podemos traçar círculos concêntricos. O primeiro são os "pedaços" de nós mesmos -tudo o que diz respeito à biometria. Vamos progressivamente entregando um certo número de elementos que nos pertencem, que nos identificam. Essa história começou com nossas impressões digitais. Hoje, chegou ao DNA, à íris, à palma da mão; dentro em breve, será nosso modo de andar ou nossos tiques. O segundo círculo é aquele formado por todos os captadores que nos cercam -aqueles que nos observam, como videovigilância, webcams, aeronaves de espionagem não tripuladas, aviões, helicópteros, satélites. Há também a escuta, em todos os sentidos do termo. Não se deve esquecer nunca que o primeiro método de escuta é uma pessoa ao nosso lado. Também podem ser usados nossos próprios objetos, especialmente o telefone. Comprei um GPS ou um telefone celular. Será que é possível me seguir graças a esses aparelhos? Será que os vários cartões -de crédito, de fidelidade, de assinante- que carrego na carteira revelam coisas a meu respeito, em tempo real, a cada vez que os utilizo? ...

Depois, há a internet. Será que minha sede de fazer amigos, de me fazer conhecer, não me leva a revelar coisas demais, que algum dia poderão ser usadas contra mim? Logo, os domínios de vigilância hoje abrangem quase todas as nossas interações com o mundo externo e praticamente todos os nossos sentidos. Os receios são mais fortes na medida em que percebermos que teríamos muita dificuldade em viver sem muitas dessas tecnologias. Essa situação é bastante representativa de nossa ambivalência diante dessas questões.

PERGUNTA - Nas cidades do Reino Unido, os sistemas de vigilância já utilizam 25 milhões de câmeras em lugares públicos. A que se deve esse interesse?
- É algo muito irracional, pois não existe trabalho de pesquisa que confirme a eficácia das câmeras. ... A videovigilância é uma ajuda preciosa principalmente para a solução de investigações, a posteriori.

[Ginsburg e Foucault revelam o inicio deste "cadastramento" civilizatorio de nossa sociedade ocidental:]
"

PERGUNTA - Ainda é possível "desaparecer" em nossas sociedades? Isto é, ainda é possível escapar do controle da tecnologia?
- Desaparecer ainda é possível, mas é preciso saber o que isso representa em termos de esforço, sobretudo se você ainda vive na legalidade, sem falsa identidade ou cirurgia plástica. ... O problema é que esse afastamento da sociedade vai parecer sobretudo uma viagem ao passado, um retorno às formas antigas de controle social. Em seu pequeno vilarejo perdido, não haverá quase ninguém, mas todo mundo num raio de dez quilômetros saberá tudo sobre seus hábitos cotidianos, suas particularidades. [DOGVILLE] Os séculos anteriores à tecnologia moderna estavam longe de serem épocas sem vigilância. [GINSBURG & FOUCAULT] Para evitar isso, você talvez prefira mergulhar fundo na selva urbana. As multidões das cidades ainda podem garantir o anonimato. [Baudelaire & WALTER BENJAMIN] ...

PERGUNTA - Sem ir tão longe assim, ainda é possível pelo menos controlar as informações a nosso respeito que permitimos que sejam registradas?
- Se você decide permanecer na sociedade, as informações a seu respeito vão necessariamente circular. Você paga impostos ao fisco, que, conseqüentemente, sabe coisas a seu respeito, assim como sabe seu empregador etc. Mas você pode evitar dar informações a seu respeito que ninguém o obrigue a revelar.
Você pode evitar preencher todos os questionários aos quais geralmente não presta atenção. [ver "Vjiar - Web-Vjing-Cam", 2005/6]...

PERGUNTA - A maior porta para a invasão de nossa vida privada ainda é o computador ligado à internet?
ROUSSELIN - Com certeza. A maioria dos computadores nos é entregue com sistemas operacionais que dão direito legal à Microsoft ou à Apple de colocar em nossas casas espiões que supostamente estão ali por boas razões. A partir do momento em que somos conectados à rede, independentemente de qualquer decisão autônoma de nossa parte, um pequeno tráfico começa a se desenrolar, ... coletando informações sobre nossa estação de trabalho. .... O problema se agrava mais a partir do momento em que se navega na web. A cada vez que visitamos um site, este registra o número de páginas vistas, o tempo de consulta em cada uma, os links seguidos, o percurso integral do cliente antes da transação, assim como os sites consultados antes e depois. [ver: "Ctrl/Espace - Rhetorics of Surveillance,
from Bentham to Big Brother", Thomas Y. Levin + Peter Weibel
& "Vjiar - Web-Vjing-Cam"] ...

PERGUNTA - Em lugar de passar despercebida, a solução seria continuar ativo para subverter o sistema?
- Sim, ainda restam muitas áreas de nossa vida pessoal em que nem tudo está decidido. E cabe a cada um de nós fazer com que a vigilância não se amplie. Estamos assistindo ao surgimento de ativistas, vemos artistas, pessoas que têm comportamentos sadios. Mas então topamos com nosso próprio comodismo, nossos pequenos interesses momentâneos. É contra isso que é preciso lutar. Contra nós mesmos? Sim! Porque gostamos do que é moderno e simples. A força do Google ou da Apple é a dessas interfaces incrivelmente fáceis e intuitivas, que nos seduzem. Todos nós temos amigos que nos fazem a demonstração de seu mais novo objeto "super-high-tech", que se gabam interminavelmente das qualidades de seu novo telefone etc. O que fazem não é nada mais, nada menos que promover o novo instrumento que os vigia. E sentem muito orgulho disso. Somos todos um pouco assim. ...
[entrevista com T. Rousselin, a íntegra deste texto saiu no "Le Monde" e circulou em listas-online de arte em setembro/2008]

25set/080

POST-PANOPTIC ERA: LIQUID RETHORICS IN MOBILE NETWORKS / part#01 [oct/2007]

[We're being YouTubed... ]

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1. “Líquido-Moderna é uma sociedade em que as condições sob as quais agem seus membros mudam num tempo mais curto do que aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir … uma sociedade de ‘valores voláteis’, descuidada do futuro, egoísta e hedonista’. [as pessoas que circulam perto do topo da pirâmide do poder global] vêem ‘as novidades como inovações, a precariedade como um valor, a instabilidade como imperativo, o hibridismo como riqueza’ … A boa notícia é que a substituição das preocupações com a eternidade pelo alvoroço da reciclagem identitária vem acompanhada de ferramentas patenteadas e prontas para uso, do tipo D.I.Y., que prometem tornar o trabalho rápido e eficiente sem a necessidade de habilidades especiais e com pouca dificuldade”, Bauman (1999-2005)

2. “Everyday life is made of a broad range of social practices… a pattern emerges that may yield some clues about the actual transformative effects of wireless communication technologies… it’s clear that mobile technologies are becoming an integral part of people’s everyday activities…”, Castells (+F-A, Q, S, 2007)

3. “A internet é de fato uma tecnologia da liberdade – mas pode libertar os poderosos para oprimir os desinformados, pode levar à exclusão dos desvalorizados pelos conquistadores de valor … precisamos situar nossa ação no contexto específico de dominação e libertação em que vivemos: a sociedade de rede … as redes da internet propiciam comunicação livre e global que se torna essencial para tudo. Mas a infra-estrutura das redes pode ter donos, o acesso a elas pode ser controlado e seu uso pode ser influenciado, se não monopolizado, por interesses comerciais, ideológicos e políticos. À medida que a internet se torna infra-estrutura onipresente de nossas vidas, a questão de quem possui e controla o acesso a ela dá lugar a uma batalha essencial pela liberdade. … ser excluído é ser condenado à marginalidade … essa exclusão pode se produzir por diferentes mecanismos: falta de infra-estrutura tecnológica; obtáculos econômicos ou institucionais ao aceso às redes; capacidade educacional e cultural limitada para usar a internet de maneira autônoma … antes de começarmos a mudar a tecnologia, a reconstruir escolas, a reciclar professores, precisamos de uma nova pedagogia, baseada na interatividade, na personalização e no desenvolvimento da capacidade autônoma de aprender e pensar … a internet tornou-se uma importante ferramenta de organização e mobilização … despertando a consciência das pessoas com relação a modos de vida alternativos e construindo a força política para fazer isto acontecer … parece plausivel que uma redefinição do modelo de crescimento econômico, levando a uma estrategia abrangente de desenvolvimento sustentável, poderia ser gradualmente estabelecida”, Castells (2001)

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22nov/070

LANÇAMENTO DO VÍDEO-DOCUMENTAÇÃO (PARTE01) + REDISTRIBUIÇÃO DOS MANIFESTOS

Na última quarta-feira, 14 de novembro de 2007 à noite, o carrinho foi disponibilizado junto ao espaço da FUNARTE-SP, lançando a primeira parte do vídeo "Era Pós-Panóptica: Retóricas Líquidas em Redes Móveis [Obra de Arte ou Social Operating System?]" e redistribuindo os "MANIFESTO PANÓPTICO" (2004) e o "MANIFESTO C.S. : M.M.I. - D.I.Y. / TRATADO DE WEBTV" (maio-jul2007).

...e no último sábado, desta vez na cidade de Belo Horizonte-MG/Brasil, novamente redistribuição dos manifestos e veiculação pública e gratuita do vídeo. Ainda restam alguns exemplares do 2o manifesto, caso tenha interesse, entre em contato aki conosco.

14nov/072

Post-Panoptic Era: Liquid Rethorics in Mobile Networks [Work of Art or Social Operating System?] – part#01 – MOBILE WEBTV LIVE BROADCAST (txt english#1)

Post-Panoptic Era: Liquid Rethorics in Mobile Networks
[Work of Art or Social Operating System?]

*** work-presentation about “MANIFEST YOURSELF [you're being 'youtubed' in real time: artist is everybody] – mobile webtv live broadcast ***

This project was basically a live (and on demand) webtv channel broadcasting from streets to the World Wide Web; in other words, anyone had the chance to be 'youtubed' besides learning how to make their own webtv channels in the current context of freedom and domination that we're living in (network and liquid-modern societies) whereas we must to take an activist position reffering to the mobile technologie's popularization and the rising of different argues about “public” and “digital” television in Brazil.

Originally conceived in 2005, this 'technoconceptual' work in progress (the first brazilian mobile webtv live broadcast) has been in the streets since june 2006. It aimed at stimulating freedom of expression and the rights of communication, using cellphones (mobile technology to data transmission) for collective free and independent purposes.

The project also disseminates the notion of D.I.Y., through workshops and lectures (at some major Brazilian Universities, Locative Media Events and for teenagers in São Paulo Suburbs), in our current 'liquid' context, of fluxes, accelerations, surveillance, spectacle and consumption; talking “about 'new media' for a critical mass”, and trying to make participants understand that every cellphone or pocket-pc can be a powerful weapon, like worldwide broadcasting station, i.e. everyone is able to learn how to use this infrastructure to change realities.

Yes!, mobile media and online networks “can allow for many-to-many communication providing opportunities for political” and cultural collective activism i.e. these technologies can change the power from a small number of media owners to entire ex-audiences: “MANIFEST YOURSELF [artist is everybody]”.

*This project has been awarded in 2006 at "FMB" and at "NEW MEDIA ART & CULTURAL AWARDS" (Urban Intervention and Social Operating System with 'New Media' Devices) supported by São Paulo Government State.

31out/070

LOCATIVE MEDIA >> texto solicitado sobre o vídeo-documentação para o catálogo da 2a edição do Festival Internacional de Arte em Mídias Móveis (Belo Horizonte,MG / BR)

Era Pós-Panóptica: Retóricas Líquidas1 em Redes Móveis2
[Obra de Arte ou Social Operating System3?]

titulação em inglês >> Post-Panoptic Era: Liquid Rethorics in Mobile Networks [Work of Art or Social Operating System?], is a documentary about MANIFEST YOURSELF – MOBILE WEBTV LIVE BROADCAST [you're been 'youtubed' in real time: artist is everybody]

Este vídeo é parte da documentação 'tecnoconceitual' do work in progress MANIFESTE-SE [todo mundo artista] – mobile webtv live broadcast (apoio FUNARTE-SP e premiado em 2006 no FIAT MOSTRA BRASIL e PAC NOVAS MÍDIAS, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo)

Idealizado em 2005 e colocado nas ruas a partir de junho de 2006, este work in progress (www.manifesto21.com.br) propõe o direito à comunicação e à liberdade de expressão utilizando celulares (a tecnologia móvel de transmissão de dados) para manifestações individuais e/ou coletivas, livres e independentes, das ruas da cidade em tempo real para a internet, ao mesmo tempo em que propaga autocriticamente a noção do D.I.Y., através de oficinas e palestras, em nosso atual contexto 'líquido', de fluxos, aceleração, vigilância, espetáculo e consumo.

Como um manifesto de vivências (“Consumo, logo existo. Quanto valho ou é por Kilo?” / “Stop RFID'ing me”...) e reinterpretando conceitos, formas disciplinares e ideológicas como questões de retóricas líquidas, percebemos a cidade como o medium inicial de participação frente a uma sociedade baseada em relações socias entre seres urbanos mediadas constantemente por imagens e sons (dados líquidos) on e off line, ou seja, neste contexto a World Wide Web é o exemplo paradigmático de uma realidade 'youtubed'.

<< obs. Favor deixar os itens de nota (numeros) no título mesmo que nao hajam as notas junto aa sinopse. >>


1. “Líquido-Moderna é uma sociedade em que as condições sob as quais agem seus membros mudam num tempo mais curto do que aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir ... uma sociedade de 'valores voláteis', descuidada do futuro, egoísta e hedonista'. [as pessoas que circulam perto do topo da pirâmide do poder global] vêem 'as novidades como inovações, a precariedade como um valor, a instabilidade como imperativo, o hibridismo como riqueza' ... A boa notícia é que a substituição das preocupações com a eternidade pelo alvoroço da reciclagem identitária vem acompanhada de ferramentas patenteadas e prontas para uso, do tipo D.I.Y., que prometem tornar o trabalho rápido e eficiente sem a necessidade de habilidades especiais e com pouca dificuldade”, Bauman (1999-2005)

2. “Everyday life is made of a broad range of social practices... a pattern emerges that may yield some clues about the actual transformative effects of wireless communication technologies... it's clear that mobile technologies are becoming an integral part of people's everyday activities...”, Castells (+F-A, Q, S, 2007)

3. "A internet é de fato uma tecnologia da liberdade – mas pode libertar os poderosos para oprimir os desinformados, pode levar à exclusão dos desvalorizados pelos conquistadores de valor ... precisamos situar nossa ação no contexto específico de dominação e libertação em que vivemos: a sociedade de rede ... as redes da internet propiciam comunicação livre e global que se torna essencial para tudo. Mas a infra-estrutura das redes pode ter donos, o acesso a elas pode ser controlado e seu uso pode ser influenciado, se não monopolizado, por interesses comerciais, ideológicos e políticos. À medida que a internet se torna infra-estrutura onipresente de nossas vidas, a questão de quem possui e controla o acesso a ela dá lugar a uma batalha essencial pela liberdade. ... ser excluído é ser condenado à marginalidade ... essa exclusão pode se produzir por diferentes mecanismos: falta de infra-estrutura tecnológica; obtáculos econômicos ou institucionais ao aceso às redes; capacidade educacional e cultural limitada para usar a internet de maneira autônoma ... antes de começarmos a mudar a tecnologia, a reconstruir escolas, a reciclar professores, precisamos de uma nova pedagogia, baseada na interatividade, na personalização e no desenvolvimento da capacidade autônoma de aprender e pensar ... a internet tornou-se uma importante ferramenta de organização e mobilização ... despertando a consciência das pessoas com relação a modos de vida alternativos e construindo a força política para fazer isto acontecer ... parece plausivel que uma redefinição do modelo de crescimento econômico, levando a uma estrategia abrangente de desenvolvimento sustentável, poderia ser gradualmente estabelecida", Castells (2001)

28out/070

Era Pós-Panóptica: Retóricas Líquidas em Redes Móveis [Obra de Arte ou Social Operating System?]

Era Pós-Panóptica: Retóricas Líquidas1 em Redes Móveis2 [Obra de Arte ou Social Operating System3?]
apresentação-texto sobre o vídeo-documentação 'tecnoconceitual' do work in progress MANIFESTE-SE [todo mundo artista] – mobile webtv live broadcast

1. “Líquido-Moderna é uma sociedade em que as condições sob as quais agem seus membros mudam num tempo mais curto do que aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir ... uma sociedade de 'valores voláteis', descuidada do futuro, egoísta e hedonista'. [as pessoas que circulam perto do topo da pirâmide do poder global] vêem 'as novidades como inovações, a precariedade como um valor, a instabilidade como imperativo, o hibridismo como riqueza' ... A boa notícia é que a substituição das preocupações com a eternidade pelo alvoroço da reciclagem identitária vem acompanhada de ferramentas patenteadas e prontas para uso, do tipo D.I.Y., que prometem tornar o trabalho rápido e eficiente sem a necessidade de habilidades especiais e com pouca dificuldade”, Bauman (1999-2005)

2. “Everyday life is made of a broad range of social practices... a pattern emerges that may yield some clues about the actual transformative effects of wireless communication technologies... it's clear that mobile technologies are becoming an integral part of people's everyday activities...”, Castells (+F-A, Q, S, 2007)

3. "A internet é de fato uma tecnologia da liberdade – mas pode libertar os poderosos para oprimir os desinformados, pode levar à exclusão dos desvalorizados pelos conquistadores de valor ... precisamos situar nossa ação no contexto específico de dominação e libertação em que vivemos: a sociedade de rede ... as redes da internet propiciam comunicação livre e global que se torna essencial para tudo. Mas a infra-estrutura das redes pode ter donos, o acesso a elas pode ser controlado e seu uso pode ser influenciado, se não monopolizado, por interesses comerciais, ideológicos e políticos. À medida que a internet se torna infra-estrutura onipresente de nossas vidas, a questão de quem possui e controla o acesso a ela dá lugar a uma batalha essencial pela liberdade. ... ser excluído é ser condenado à marginalidade ... essa exclusão pode se produzir por diferentes mecanismos: falta de infra-estrutura tecnológica; obtáculos econômicos ou institucionais ao aceso às redes; capacidade educacional e cultural limitada para usar a internet de maneira autônoma ... antes de começarmos a mudar a tecnologia, a reconstruir escolas, a reciclar professores, precisamos de uma nova pedagogia, baseada na interatividade, na personalização e no desenvolvimento da capacidade autônoma de aprender e pensar ... a internet tornou-se uma importante ferramenta de organização e mobilização ... despertando a consciência das pessoas com relação a modos de vida alternativos e construindo a força política para fazer isto acontecer ... parece plausivel que uma redefinição do modelo de crescimento econômico, levando a uma estrategia abrangente de desenvolvimento sustentável, poderia ser gradualmente estabelecida", Castells (2001)

Idealizado em 2005 e colocado nas ruas a partir de junho de 2006, o work in progress MANIFESTE-SE [todo mundo artista] – mobile webtv live broadcast (www.manifesto21.com.br) apresenta-se como proposição do direito à comunicação e à liberdade de expressão com transmissão ao vivo das ruas da cidade online na internet. Este trabalho faz parte do processo de vivência e criação em um contexto fluido, de fluxos, aceleração e consumo ao qual denominamos The Everydayness Manifesto (“Consumo, logo existo. Quanto valho ou é por Kilo?”), considerando a cidade como o medium inicial de participação em uma sociedade baseada em relações socias entre pessoas mediadas constantemente por imagens e sons (dados líquidos) on e off line.

Neste contexto atual em que vivemos, onde “os estudos dos efeitos passaram dos usos como funções para as funções dos usos, saltando portanto, da pergunta 'o que os mass media fazem com as pessoas?' para a pergunta 'o que as pessoas fazem com os mass media?' Assumindo que a audiência é tão ativa quanto os emissores das mensagens.” (Santaella : 2001), temos como exemplo paradigmático, a World Wide Web tornando-se um local de reconhecimento videográfico (vide o YouTube nos primeiros meses do ano de 2006 como um fenômeno do vídeo online responsável por mudanças comportamentais do ser urbano contemporâneo), instaurando novas formas de visibilidade, de poder e, desta maneira, gerando distintas subjetividades ao 'permitir' voz a todos aqueles, com um “mínimo” de infra-estrutura, conectados a este mundo da tecnologia digital (à época – agosto de 2006 –, diariamente 65 mil vídeos eram postados e 100 milhões exibidos somente no Youtube, o que representava 42,2% dos vídeos assistidos na internet). Ou seja, em nossa contemporânea virada de século, a televisão (como a conhecemos) caminha para a perda de seu posto supremo de comunicação em massa, dando lugar aos dispositivos móveis aliados ao espaço cibernético in consumo (blogs, videoblogs, MySpace e Youtube, dentre outros portais videográficos na rede) – constantemente sendo reinventado e expandido –, se tornando o "espaço público" de "mentes coletivas" por excelência em nossa sociedade, conectando indivíduos, cada qual a partir de sua auto-experiência cotidiana, onde a questão da comunicação na atual sociedade em rede móvel passa a ser aqui pensada-elaborada junto a um possível (e crescente) 'corpo-coletivo' de identidade nômade, interativa, individualista e possivelmente autocrítica, ou seja, discussões acerca de interface e linguagem: experimentação prática (além-teórica) para a compreensão de uma rede comunicacional digital, livre, pública e coletiva nesta 'Era Pós-Panóptica' de dados em constante fluxo e aceleração reinterpretando conceitos, formas disciplinares e ideológicas como questões de retóricas líquidas.

24jul/072

MANUAL CONTEMPORÂNEO DE SOBREVIVÊNCIA : MANIFESTO DO MOVIMENTO INFORMAL – D.I.Y. TRATADO DE WEBTV

enfim o 2o manifesto (pós-"Panóptico") é impresso!
*** "MCS : MMI - D.I.Y. - Consumo, Logo Existo / Quanto Valho ou é Por Kilo?" (2006-07) ***
08 páginas, tiragem de 28 exemplares
(o estaremos distribuindo na próxima intervenção/performance de divulgação)

ainda na versão 01, mas já com textos e imagens para uma possível 2a versão em breve (ou será um então 3o manifesto?)...